A INCLEMÊNCIA DO GOVERNO CONDUZ À MISÉRIA



Por Artur Penedos, no jornal Público de 27-10-12


Como diz um destacado dirigente do partido de Passos Coelho, a "perigosa auto-estima" do líder pode ser perigosíssima para o país e para os portugueses.
A avaliar pela crueldade dos últimos 15 meses é bem capaz de ter razão!
No início do mandato, Passos Coelho fez saber que a sua estratégia era empobrecer o país e os portugueses. Se o OE/2013, na versão conhecida, vier a ser aprovado, vai realizar o projeto, mais cedo do que ele próprio poderia pensar.
O clima recessivo que vivemos, responsável em grande medida pelo desaparecimento das empresas – no primeiro semestre de 2012 tivemos 3409 insolvências, mais 57% do que em 2011 – faz crescer o desemprego e destrói a economia.
Ninguém duvida, mesmo sem entender de economia, que sem consumo não é possível escoar a produção e, se tal acontecer, não haverá forma de garantir o emprego e o funcionamento da economia.
Nas atuais circunstâncias ninguém escapa. De professores a jornalistas, de enfermeiros a economistas, de serventes a pedreiros, todos, sem exceção, vivem momentos dramáticos.
Quando foi anunciado um aumento brutal da taxa de IMI, dei comigo a pensar no início da década de 80 e na forma como o povo foi aliciado para comprar habitação própria – até 1975, essa possibilidade estava reservada apenas aos ricos.
O argumento era muito atrativo. A prestação mensal seria muito inferior à renda de casa e, ao fim de 30/35 anos, a casa seria deles. Ninguém esclareceu ninguém sobre o futuro, porque, como é bom de ver, isso daria cabo do negócio.
E foi assim que passamos a ser um país de proprietários!
Mas, mais cedo do que imaginávamos, tudo se desmoronou e os “proprietários”, ou deixam de o ser, entregando aos bancos o seu bem mais precioso, a sua casa, ou recorrem a familiares e amigos para manter um teto. Simplesmente, dramático!
E, pior e mais dramático, o primeiro-ministro não deixa ninguém tranquilo.
O OE planeado para 2013 – que até os alemães classificam de «draconiano», isto é, severo e desumano – não traz consigo qualquer esperança de que possa haver quem consiga resistir à onda do empobrecimento.


Clique para ler artigo na íntegra




Sem comentários: