AS ENCENAÇÕES DE CAVACO SILVA


Por Artur Penedos, in Jornal de Negócios 14-10-13

Reiteradamente, o Presidente da República menoriza o povo que o elegeu.

Em abril, com o lamentável discurso proferido na Assembleia da República, confirmou a falta de cultura democrática e deixou claro que iria proteger Passos Coelho, recusando aos portugueses o direito de renovar escolhas. Profetizou que, eleições legislativas, só "depois de encerrado o atual ciclo do programa de ajustamento".

Foi uma intervenção de caráter sectário e divisionista, insensível ao sofrimento e às desventuras dos portugueses. Nem o descontentamento geral – traduzido em greves e manifestações populares – evitou a tentação de amedrontar opositores com o fantasma da conflitualidade.

Mas, dois meses depois, é Cavaco que se deixa enredar na crise do governo, provocada pela demissão de Portas – o mal-amado da coligação, que assumiu a desobediência à sua consciência, a troco do cargo de vice-primeiro-ministro!

Rejeitada a remodelação proposta por Passos Coelho, exigiu acordo político com o Partido Socialista, que designou de "salvação nacional", condição que não aplicou quando investiu o governo PSD/CDS-PP e, em troca, prometia eleições antecipadas em 2014.

As consequências foram desastrosas.

Pensará Cavaco que o povo não percebe que esta ideia serve apenas para justificar a conduta que teve quando foi primeiro-ministro? Recordam-se que, perante uma derrota eleitoral do mesmo género, recusou extrair consequências políticas, mantendo-se no governo?

Ao que parece, as iniciativas do Presidente têm servido para afundar mais o país e, por mais que faça, creio, não conseguirá desfazer os disparates e reconquistar a simpatia dos eleitores.

Clique no link para ler na íntegra:

http://issuu.com/arturpenedos/docs/artigo_encena__oes_cavaco_jnegocios




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