Por Artur Penedos, na edição do jornal Público de 19-1-12.
Cavaco, com um discurso anestesiante, ensaia a justificação do injustificável – a promulgação do OE/2012, sem recurso a fiscalização preventiva do Tribunal Constitucional.Durante a discussão do orçamento, o PR mostrou-se indignado com a iniquidade perpetrada pelo governo em matéria de repartição de sacrifícios.
Deixar os portugueses intuir a ideia de que haveria medidas no OE que violam a Constituição e nada fazer para esclarecer as suspeitas confessadas, no mínimo, é incumprir com os seus deveres e, mais grave, defraudar o povo que o elegeu.
Não deveria o PR ter repetido que é inaceitável, por iníquo e incompreensível, que só as famílias dos funcionários públicos e reformados/pensionistas estejam condenadas a suportar o sacrifício e a perda de dois meses de salário?
Não deveria ter dito que os objectivos fixados no referido programa financeiro foram largamente ultrapassados pelo governo do seu partido e que a maioria do povo será condenada à pobreza e convidada a imigrar?
Desregular, precarizar, desumanizar e empobrecer, é o caminho escolhido pela dupla Passos Coelho/Paulo Portas.
Nada fazem para fazer crescer a economia e o emprego e o seu papel é o de mero cobrador de impostos e de facilitador das ambições dos capitalistas mais exacerbados e desumanos.
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